quarta-feira, 25 de junho de 2008

PONTO DE CULTURA IMAGEM & AÇÃO


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Um importante marco na trajetória do GRUPO COEXISTA, foi a aprovação da parceria com a Prefeitura de Contagem e o Ministério da Cultura para implantação de um Ponto de Cultura na Vila Barraginha. Esta nova experiência ampliou as possibilidades de intervenção, articulando as ações existentes a uma proposta diferenciada focada na produção áudio-visual.

Segundo Léo, morador da comunidade da Vila Barraginha e idealizador da proposta, o nome do ponto de cultura é “Imagem e Ação”. A principio a idéia nos remete a aquele jogo de tabuleiro para ser jogado em grupo onde o objetivo é descobrir palavras e expressões. O nosso jogo também será jogado em grupo, mas o objetivo será descobrir coletivamente caminhos para a construção de um novo mundo possível. O ponto de cultura, deverá ser um referencial em educação popular e empreendedorismo cultural. Sua principal função será o desenvolvimento pessoal e coletivo, através da realização de palestras, cursos, produção de áudio e vídeos, projetos de inclusão digital, atividades culturais entre outros, coletando e disseminando informações, formas e instrumentos a serem utilizados para operar as mudanças e transformações na busca de uma sociedade mais igualitária.

Especificamente sobre a comunidade da Vila Barraginha, a proposta é produzir um documentário registrando a memória oral dos moradores e a eminente transformação decorrente da urbanização e reassentamento. Outra iniciativa será a implementação do “Museu Comunitário 18 de Março”, data da maior tragédia ocorrida na comunidade da vila Barraginha, que ceifou 36 vidas, centenas de feridos e 1700 desabrigados.

O Grupo COEXISTA, através do ponto de cultura, pretende ainda, registrar as demandas e conquistas dos movimentos organizados de promoção dos direitos humanos, fomentando a visibilidade e divulgação das lutas dos grupos do movimento GLBT, de promoção da igualdade racial, de mulheres grupos de defesa dos idosos, jovens, etc... Estas iniciativas terão culminância na feira da diversidade “COEXISTA CULTURAL”, onde pretendemos estimular a participação de artistas da cidade, mesclando linguagens e estilos num grande evento em prol do respeito às diferenças.

Outro objetivo do projeto é contribuir para a ampliação das formas de interlocução entre agentes culturais, a partir da troca de experiências e para a democratização da produção e o acesso à conteúdos audiovisuais no Estado de Minas Gerais, veiculando e circulando os bens produzidos atingindo 18 milhões de pessoas (público da Rede Minas).

O ponto de cultura gerenciado pelo grupo COEXISTA será uma rede de iniciativas, na busca de articulações e construção de consensos, significativamente necessários para avançarmos na conquista dos direitos humanos. Em igual tempo, queremos disseminar através de ações inclusivas e iniciativas de promoção social a compreensão de que os Direitos Humanos são universais, indivisíveis e podem ser atingidos e extensivos a todos os seres humanos.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

MENSAGEM DO GRUPO COEXISTA

Esta mensagem é utilizada pelo Grupo COEXISTA nas palestras e encontros, onde utilizamos a sabedoria popular, de forma original e divertida, para ajudarmos os participantes refletir sobre os seus atos e possíveis conseqüências.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Conferência Nacional de Juventude – Perspectiva 1



Brasília, outono de 2008
Leonardo Alves Batista – Coordenador Geral do COEXISTA

Desde 1810 já existia a proposta de mudança do governo brasileiro do Rio de Janeiro para o interior, supostamente para garantir a segurança da capital do País, contra uma invasão inimiga.

Argumentos econômicos, ideológicos e geopolíticos eram usados continuamente para justificar a empreitada. A interiorização econômica, criação de novas estradas, o grande “projeto nacional” de transferência da capital era oficialmente divulgado como uma maneira de desenvolver o Brasil central.

Contudo, a verdadeira razão, oculta dos discursos desenvolvimentistas que defendiam a construção de Brasília era, devido ao seu isolamento geográfico, dificultar o acesso ao governo central das reivindicações de pessoas insatisfeitas com a administração pública.

A preocupação era organizar o território, não somente para prever batalhas contra um possível inimigo, mas principalmente, controlar de maneira eficaz as pessoas sobre as quais o aparelho de Estado exerce sua autoridade.

Eu estava pensando exatamente nisto, quanto o avião sobrevoava a periferia do Distrito Federal, aguardando autorização para pousar. A perspectiva da cidade vista do alto é uma coisa muito doida. De um lado você vê toda a opulência de Brasília, seus amplos espaços, seus prédios planejados, sua arquitetura monumental e seus corredores viários, do outro toda a miséria das cidades satélites com ruas de terra vermelha que me lembram veias abertas formando rios de sangue.

Estas ocupações foram criadas a partir de uma política cruel de erradicação de favelas e segregação sócio-espacial, onde as distâncias entre o Plano Piloto e as Cidades Satélites funcionam como verdadeiras muralhas horizontais de mais de 30 quilômetros de extensão. A obrigatoriedade de percorrer grandes distâncias para se chegar à Brasília, aliada à mais elevada tarifa de transporte público do país inviabiliza a cidade para a maioria da população local, neste modelo oneroso de ocupação territorial.

Se chegar a Brasília é difícil para os próprios moradores, imagine para pessoas de Rio Grande do Norte, Bahia, Pernambuco, Paraná, Maranhão, Amazonas que, caso desejem fazer pressão sobre nossos governantes, mobilizem seus pares para esta empreitada.

Porém, o que os idealizadores temiam estava acontecendo. Naquela manhã quente de domingo, a cidade estava sendo invadida. Uma horda barulhenta e multicolorida descia dos vários aviões que estavam pousando.

Eram jovens vindos de todos estados brasileiros para participar da 1ª Conferência Nacional de Juventude. Traziam, além da bagagem, a esperança da mudança e a certeza da importância histórica que aquele momento representava para a conquista dos direitos da juventude.

Estes mais de dois mil combatentes, que com eu, foram votados e eleitos Delegados Nacionais nas Conferências preparatórias realizadas nos seus respectivos estados tinham um misão. Estavam em Brasília representando mais de 50 milhões de jovens do Brasil, que pela primeira vez na história do nosso país, foram convocados para ajudar a pensar que projeto de nação nos queremos pra gente.
E esta juventude, com todas sua irreverência, ocupou a Capital Federal, rompendo os limites simbólicos, geográficos, políticos e ideológicos, num grande evento em defesa dos direitos de todos e todas os (as) jovens deste grande e amado país chamado Brasil.

Conferência Nacional de Juventude - Perspectiva 2

O presidente Lula na carta que enviou aos jovens Delegados foi extremamente feliz, quando comparou a problemática do Brasil com enfrentada pela(s) juventude(s) brasileira(s): “sempre disseram que este era o país do futuro; e que a juventude era o futuro do Brasil. Mas como nas três últimas décadas o Brasil praticamente não cresceu, não distribuiu renda, não investiu como deveria em educação, não gerou empregos nem oportunidades, a juventude brasileira ficou sendo o futuro de um país sem futuro”.

Como todos sabem, jovem não é futuro e sim presente, mas em alguns casos, será apenas passado se nada for feito para garantir os direitos da juventude pobre, negra, indígena, periférica, GLBT e tantas outras que vicejam no dia-a-dia das nossas cidades, com suas demandas especificas que precisam ser atendidas urgentemente.Todos os delegados presentes, com sua militância, contribuíram nesta “guerra pacifica”, onde o nosso inimigo é a desigualdade, o atraso, o descaso e a invisibilidade dos problemas que afetam a juventude como falta de perspectiva e acesso.

Nossa luta é, além de discutir políticas públicas para juventude(s), incluir a temática na agenda atual na perspectiva de construção de políticas de estado, garantindo assim que no “tão falado país do futuro” juventude brasileira possa ter voz, vez e vida.

Ter a oportunidade de estar em Brasília, engrossando as fileiras de combatentes, foi uma experiência inesquecível. Unimos forças para levantar esta bandeira, nesta guerra por um país mais justo, decente e para todos. Esta foi apenas uma batalha vitoriosa, mas que depende de tantas outras lutas para que os nosso sonho triunfe soberano, em todos os cantos de nosso querido Brasil.Parabéns aos participantes, guerreiros dos novos tempos e de um novo mundo

COEXISTA

PENSO, LOGO COEXISTO