quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

CIDADÃO, CIDADÃ (Jorge Mautner- Nelson Jacobina)



Assim como é natural/ O vôo da borboleta
Assim como falta uma mão/ No maneta
Assim como não acho nada de anormal
No fato de você ser troca letra

Acho que se deve ser diferente/ Não como toda a gente
Mas igualmente ser gente/ Como toda essa gente
Deste país continente/ E de todo o planeta

Assim como é lindo o pirata/ Apesar de ser perneta
Com uma mão segurando a mão do grumete
E outra uma luneta
Dizendo que é natural
Que os anjos do juízo final toquem trombeta

Quem, quem, quem a não ser o som
Poderia derrubar a muralha dos ódios, dos preconceitos
Das intolerâncias, das tiranias, das ditaduras hereditárias
Dos totalitarismos, Das patrulhas ideológicas e do nazismo

Acho que todo cidadão ou cidadã
Deve ter possibilidades de felicidade
Do tamanho de um maracanã
E deve poder ser azul, negro ou cinza
Sorridente ou ranzinza
Verde amarelo e da cor vermelha

Deve-se somente ser, E não temer, viver
Pro que der e vier na nossa telha
Vivamos em paz, Porque tanto faz
Gostar de coelhos ou de coelhas

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